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"Nunca será um verdadeiro matemático aquele que não for
um pouco de poeta." (Karl Weierstrass)




quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Matemática e os números: Gugol



Gugol é o número 1 seguido de 100 zeros.
Esse nome surgiu quando em certa ocasião, o matemático americano Edward Kasner perguntou ao seu sobrinho de 9 anos, Milton Sirotta, qual era o maior número que existia. A resposta do menino (algo como guuugol) não foi muito animadora, mas na mente de Kasner isso virou uma bela brincadeira. Em homenagem ao sobrinho, ele chamou de gugol ("googol", em inglês) o número 1 seguido de 100 zeros ou, dizendo de outra forma, o número 10 elevado a 100.
Em seguida, usou o gugol como base para denominar um número ainda maior: o gugolplex, que equivale a "10 elevado a 1 gugol". Imagine quantas folhas de papel seriam necessárias para escrever o número gugolplex por entenso...
Para se ter uma ideia, o número total de grãos de areia das praias do litoral brasileiro é menor que 1 gugol, assim como é menor que 1 gugol o número de elétrons em todo o universo (que se estima ser algo em torno de 10 elevado a 79).Devido à sua grande magnitude, foi adaptado para batizar o mais conhecido site de busca, o Google.

Matemáticos brasileiros: Otto Alencar Silva



Matemático brasileiro nascido na cidade de Fortaleza, Ceará, um pioneiro da pesquisa matemática e considerado o mais importante e profícuo matemático brasileiro de sua geração. Filho de Silvino Silva e Maria Alencar Silva era bisneto de Leonel Pereira de Alencar e primo, pelo lado materno, de José de Alencar (1829-1877), um dos mais prolíficos escritores brasileiros. Foi educado no Liceu do Ceará, onde se distinguido nos estudos das ciências exatas, línguas estrangeiras modernas e literatura. Do Liceu transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro para matricular-se no curso de engenharia civil da Escola Politécnica, onde se graduou (1893). Durante seu curso recebeu a forte influência da ideologia positivista de Auguste Comte (1798-1857), e depois de concluir seu curso superior continuou seus estudos em Matemática, em Física e em Astronomia como um autodidata. Foi livre-docente na Escola Politécnica (1895-1902), ministrando cursos de Geometria Analítica, Cálculo Diferencial e Integral, Mecânica Racional, exercendo paralelamente a profissão de engenheiro na cidade do Rio de Janeiro. Também foi professor substituto interino de Física, Astronomia e Topografia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro (1902-1906). No ano seguinte a Congregação da Escola dispensou-o de realizar concurso público de provas e títulos em reconhecimento ao valor científico de suas obras, bem como ao valor de seu ensino, e o nomeou Professor Substituto Efetivo e permaneceu o resta de sua vida na Escola Politécnica. Tornou-se (1908) inspetor da iluminação pública da cidade do Rio de Janeiro, cargo em que desenvolveu excelente trabalho na parte de iluminação pública dessa cidade, em uma fase de transição de iluminação a gás para iluminação elétrica. Depois se tornou professor catedrático de Topografia (1911-1912) da Escola Politécnica, onde lecionou também outras cadeiras, como Geometria Analítica, Cálculo Diferencial e Integral, Física experimental, Eletrotécnica e Óptica aplicada à Engenharia, Mecânica Racional, Hidrografia e Legislação de Terras, Astronomia e Geodésia, Mecânica aplicada e Resistência dos Materiais, Termodinâmica e Máquinas. Rompeu o isolamento existente entre matemáticos brasileiros e a comunidade científica internacional, mantendo ampla correspondência científica com vários matemáticos europeus, dentre eles, F. Gomes Teixeira (1851-1933), G. Darboux (1842-1917) e Henri Poincaré (1854-1912). Foi casado com Laura de Alencar Silva com quem teve quatro filhas e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, onde foi sepultado, vivendo apenas 38 anos.

Aniversário ilustre: João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto  (09/01/1920 - 09/10/1999)

Nasceu em Recife. Foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua obra poética, que vai de uma tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil. Membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira de Letras, foi agraciado com vários prêmios literários. Um poeta de cuja obra honraria qualquer país do mundo.

Um trecho de uma de suas obras mais famosas: Morte e Vida Severina (1966).
“ ... É que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."